Publicado por 12:42 pm Saúde

Santa Catarina pode registrar quase 2,5 mil novos casos de câncer de intestino só em 2023

Segundo o INCA, tumor é o terceiro mais comum entre os brasileiros; o março azul-marinho é o mês de conscientização e prevenção da doença

               O câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal ou de cólon e reto, que já foi diagnosticado em famosos como a cantora Simony, Preta Gil e Neguinho da Beija-Flor, e vitimou recentemente dois grandes ídolos do futebol, Pelé e Roberto Dinamite, é considerado o terceiro tumor mais comum entre os brasileiros. Segundo dados do Ministério da Saúde, só em Santa Catarina, 2.470 novos casos devem ser registrados em 2023. Deste número, 230 devem ser diagnosticados em Florianópolis.

               Para alertar, prevenir e conscientizar sobre a doença, março é conhecido como o mês azul-marinho. Neste ano, a campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia, tem como tema “Saúde é prevenção. Cuide de você̂, evite o câncer de intestino”.

               O médico gastroenterologista, especializado em endoscopia digestiva, Nelson Cathcart Jr., explica que considerando as condições étnicas no Brasil, o exame de prevenção, que é a colonoscopia, deve ser realizado entre os 45-50 anos em ambos os sexos.

“Esse exame pode ser realizado mesmo sem que a pessoa tenha sintomas. Afinal, durante a realização é possível verificar se há presença ou não de pequenos pólipos (que podem evoluir para um futuro câncer). E caso algum seja encontrado, ele pode ser removido durante a colonoscopia”, destaca o médico.

Prevenção

O médico ressalta que sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool e tabaco, bem como o baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras são alguns dos principais fatores de risco para o câncer de intestino.

Por isso, além da prática de atividades físicas, que ajudam a manter o controle do peso, evitar o consumo de carne vermelha, de cigarro, de bebidas alcoólicas e comer bastante fibras ajudam na prevenção da doença.

Outro ponto importante quando se fala em prevenção e diagnóstico precoce é a realização de exames preventivos. Há uma indicação, segundo o gastroenterologista, que isso seja feito depois dos 40 anos, na faixa dos 45-50 anos, no entanto, caso a pessoa tenha alguma doença específica, como doenças inflamatórias intestinais ou casos de câncer na família, esse exame deve ser feito antes.

“Quando os pacientes são diagnosticados em fases iniciais da doença, existe a possibilidade de mais de 95% de cura”, reforça o médico Nelson Cathcart Jr.

Os tratamentos da doença variam de acordo com o estágio da doença, em muitos casos pode ser resolvido já na colonoscopia, em outros é preciso fazer cirurgia e tratamento com radioterapia e quimioterapia.

Números diagnosticados em SC

               Um levantamento do Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), que atende pacientes da Grande Florianópolis e outras cidades catarinenses, e é referência no assunto, mostra que os números de diagnósticos de câncer colorretal tiveram uma leve redução no Estado. Em 2016, foram registrados 387 casos, em 2017, 359 e no ano seguinte, subiu para 393. Já em 2019, foram 246, mostrando uma redução nos casos diagnosticados e em 2020, ano que iniciou a pandemia, foram 174 casos.

Terceiro tumor mais presente nos brasileiros

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar cerca de novo 45.630 novos casos do tumor maligno, que se desenvolve no intestino grosso, ou seja, no cólon ou na porção final, o reto, em cada ano do triênio de 2023 a 2025. A estimativa é de 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. As maiores taxas de incidência são observadas na Região Sudeste e no Centro-Oeste. A Região Sul ocupa a terceira colocação, sendo em média 26,89 casos por 100 mil habitantes.

Ainda de acordo com o INCA, em 2020 foram registrados 20.245 óbitos pela doença no Brasil. Em Santa Catarina, foram 761 mortes.

Crédito foto: Marina Kremer.

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