Sal é um inimigo conhecido da alimentação, e dados recentes indicam a diferença que uma dieta moderada pode fazer para a sua saúde
Existem algumas verdades sobre alimentação no mundo da saúde que são amplamente conhecidas: faz mal comer muita gordura, açúcar e sal. Não precisamos ser grandes especialistas para saber disso, mas uma pesquisa recente traduz de maneira mais clara o impacto causado pelo último item da lista.
Uma pesquisa feita na Coreia do Sul, liderada pelo Dr. Yoon Jung Park, do Kyungpook National University Hospital, indicou que cortar o sal das refeições pode reduzir em 18% o risco de contrair fibrilação atrial, condição que resulta em batimentos cardíacos rápidos e irregulares e pode causar tontura, falta de ar e cansaço excessivo.
Este número foi o resultado da comparação entre pessoas que nunca adicionam sal à comida com aquelas que sempre o fazem. Considerando que pessoas com fibrilação atrial estão 5 vezes mais sujeitas a ter um infarto, a medida realmente faz diferença.
Além disso, o excesso no consumo de sal é conhecido por causar outras doenças, como a hipertensão arterial, bastante conhecida em nosso cotidiano. De acordo com o Ministério da Saúde, 26,3% da população brasileira tinha hipertensão arterial em 2021, com maior prevalência entre os homens — 5,9% a mais que as mulheres.
A hipertensão arterial pode abrir caminho para uma série de outras doenças. Nos homens, que são mais afetados por ela, um dos possíveis desdobramentos é a disfunção erétil, afetando inclusive os jovens — 26% dos homens com menos de 40 anos apresentam a condição, como mostra um estudo publicado no periódico “The Journal of Sexual Medicine”.
São muitos possíveis problemas que podem se conectar, mas felizmente é possível evitá-los. Nos acompanhe na leitura para entender como reduzir o consumo de sal no dia a dia, qual é a relação da hipertensão arterial com a disfunção erétil e quando procurar ajuda.
Como reduzir o consumo de sal?
A pergunta pode parecer simples, mas nem sempre temos a resposta. Para ajudar, separamos 5 dicas que serão bastante importantes para diminuir o consumo de sal no dia a dia e, com isso, resultar em uma melhor qualidade de vida. Veja só:
- Experimente a comida antes de adicionar sal. No estudo citado sobre o sal, o destaque esteve na adição de sal a refeições já prontas. Muitas vezes, colocamos sal por hábito, sem perceber que a comida já está temperada o suficiente. Aproveite o sabor natural dos alimentos e use o sal com moderação.
- Troque o sal por outros temperos naturais. Existem diversas ervas e especiarias que podem dar mais sabor aos seus pratos sem aumentar o sódio, como alho, cebola, salsa, cebolinha, manjericão, orégano, alecrim, tomilho, pimenta, noz-moscada e curry, entre outros.
- Evite alimentos processados e ultraprocessados. Esses alimentos costumam ter uma quantidade elevada de sódio em sua composição, além de outros aditivos químicos que podem prejudicar a saúde. Prefira alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais, carnes magras, ovos, leite e derivados.
- Leia os rótulos dos alimentos. Quando for comprar algum produto industrializado, fique atento à quantidade de sódio por porção. Compare as marcas e, se possível, escolha aquela que tiver menos sódio. Lembre-se também de respeitar a porção indicada na embalagem.
- Prepare um sal de ervas caseiro. Uma forma de reduzir o consumo de sal é substituí-lo por um sal de ervas, que é uma mistura de sal comum com ervas secas. Você pode fazer o seu próprio sal de ervas em casa, usando as ervas de sua preferência. Uma receita simples é bater 1 xícara no liquidificador (chá) de sal marinho com 2 colheres (sopa) de alecrim seco e 2 colheres (sopa) de orégano seco. Guarde em um pote bem fechado e use no lugar do sal comum.
Pode ser um pouco difícil no começo, mas com o passar do tempo, é possível deixar de lado essa dependência do sal em excesso, o que ajudará até mesmo a sentir melhor o sabor de cada ingrediente.
Qual a relação da hipertensão arterial com a disfunção erétil?
Homens com hipertensão arterial não tratada possuem menos fluxo de sangue no pênis do que aqueles cuja pressão arterial é controlada. Este foi o achado de um estudo publicado no periódico European Heart Journal em novembro de 2020.
Com isso, pode surgir uma dúvida: quem tem hipertensão arterial terá sua vida sexual prejudicada? Felizmente não, pois a mesma pesquisa aponta que as diferenças desapareceram com o uso de remédios para pressão arterial, o que traz uma boa dose de alívio a quem sofre com esse problema.
Antes de seguir, vale reforçar que todo medicamento deve ser usado apenas mediante prescrição médica. Por isso, caso você acredite que tem algum tipo de problema de pressão arterial, procure um cardiologista o quanto antes para fazer os exames necessários e, então, prosseguir com o tratamento indicado.
Quando a pressão arterial é muito alta, as paredes das artérias são danificadas, tornando-se mais duras e estreitas, o que reduz o fluxo sanguíneo. A disfunção erétil, inclusive, é um sinal de alerta precoce de vasos sanguíneos danificados.
Por isso, se os cuidados com a saúde cardíaca já não eram suficientes para manter os cuidados com a hipertensão em dia, entender que isso tem uma influência direta com uma vida sexual de qualidade é um puxão de orelha e tanto para nunca mais deixar de seguir as orientações médicas.
Disfunção erétil: quando procurar ajuda?
Sempre que perceber algo de diferente, o ideal é procurar pela ajuda de um urologista para entender o que está acontecendo. Porém, infelizmente, muitos homens não fazem essa busca.
O site SingleCare fez um estudo com 500 homens adultos nos Estados Unidos que supostamente têm ou tiveram problemas de disfunção erétil. Entre as descobertas, um destaque: 39% nunca procuraram por tratamento para disfunção erétil.
Este é um grande tabu na sociedade. Afinal, assim como se procura um cardiologista quando há problemas cardíacos ou um dentista caso haja cáries ou se precise uma profilaxia, o mesmo deve ser feito quanto à busca pelo urologista.
Se notar qualquer problema quanto às ereções ou mesmo se parecer tudo normal, mas você tiver algum tipo de suspeita, não hesite em procurar ajuda médica. Com um bom acompanhamento, este problema pode ser eliminado, quer mediante novos hábitos, o uso de medicamentos ou mesmo intervenções cirúrgicas quando necessário.
Um problema que comumente causa disfunção erétil é chamado de Doença de Peyronie, uma anomalia no pênis que pode comprometer sua elasticidade, formato, ereção e inclinação natural, resultando em ereções doloridas.
A condição é tratável cirurgicamente, com destaque para a técnica Egydio, tratamento que pode devolver a tão desejada qualidade de vida sexual aos homens, a qual influencia diretamente em todos os demais aspectos do cotidiano.
Da redução do uso de sal na comida para evitar a hipertensão arterial e seus possíveis problemas subsequentes a outras condições capazes de prejudicar sua vida sexual, cuide-se e desfrute de todos os benefícios proporcionados por uma boa saúde sexual e reprodutiva!
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