Segundo o gastroenterologista Nelson Cathcart Jr, nos dois a prevenção é que faz a diferença na hora do tratamento
No décimo primeiro mês do ano, a cor azul destaca a importância do cuidado dos homens com a saúde. De acordo com o médico gastroenterologista Nelson Cathcart Jr, durante o Novembro Azul, que busca fazer uma conscientização sobre o câncer da próstata, é interessante lembrar que esse cuidado com a saúde ainda precisa romper algumas barreiras e tabus. Ainda mais sobre os dois cânceres que mais acometem os homens no Brasil.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2023, o país deve registrar 71.730 novos casos de câncer de próstata e 21.970 de intestino (cólon e reto). E sem levar em consideração os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto configura no terceiro lugar entre os tipos de câncer mais frequentes no país e na região Sul.
“Ainda existe muito preconceito com a questão do toque e da colonoscopia, que são exames de prevenção que fazem toda a diferença no tratamento”, destaca o médico. O profissional explica que os exames não machucam, não ferem a masculinidade e são indispensáveis na prevenção e descoberta de doenças, como o câncer de intestino, que é um dos mais frequentes entre os homens.
O médico enfatiza que em muitos casos, o desconhecimento dos homens sobre a gravidade desses cânceres, de próstata e intestino, faz com que surjam tabus e preconceitos sobre a realização dos exames.
Como em qualquer doença, quanto antes for feito o diagnóstico, maiores são as chances de tratamento e de cura. E no caso do exame do toque, que ajuda na prevenção do câncer de próstata, o profissional comenta que ainda existe um melindre por parte de alguns homens. “É preciso compreender que exames como do toque, combinados com de sangue e imagem ajudam muito no diagnóstico precoce da doença. Assim como a colonoscopia, que possibilita a identificação e a retirada de lesões já durante o procedimento”, explica.
Colonoscopia
Feita com sedação, sem anestesia geral, o exame é seguro e em muitos casos o paciente nem sente nada. Além disso, durante o procedimento, que é relativamente rápido, dura em média 20 minutos, é possível fazer a identificação de lesões e pólipos e ao término dele é possível realizar diagnósticos. Sejam eles relacionados ou não com câncer.
Uma das partes mais chatas desse exame, é a preparação. De acordo com o médico, o paciente precisa fazer uma dieta que vai ajudar na limpeza intestinal antes de chegar na clínica ou hospital para realização do procedimento. “Essa questão do preparo é extremamente importante, pois ela é essencial para que a região esteja limpa e seja possível identificar lesões precoces e caso sejam encontradas, podem ser retiradas. Isso ajuda na prevenção da evolução do câncer”, destaca o gastroenterologista.
Dor durante o exame
O médico ressalta que uma das grandes preocupações das pessoas é se o exame vai machucar a região do ânus ou reto e causar dor. “O fato de a pessoa ser sedada e de o aparelho ser muito fino, tem um pouco mais do que 1 cm de diâmetro, faz com que a colonoscopia seja um exame confortável e que não cause nenhum tipo de machucado”, salienta.
Prevenção do câncer de intestino
A recomendação, segundo o profissional, é de que as pessoas realizem o exame na idade entre 45-50 anos. No entanto, quem tiver algum registro de caso de câncer de intestino na família, é indicado que os exames sejam realizados antes.
Além disso, o médico destaca que sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool e tabaco, bem como o baixo consumo de fibras (frutas, vegetais e carnes magras) são alguns dos principais fatores de risco para o câncer de intestino.
“Por isso, além da prática de atividades físicas, que ajudam a manter o controle do peso, consumir fibras como frutas e vegetais frescos, além de evitar o cigarro e o excesso no consumo de carne vermelha e bebidas alcoólicas ajudam na prevenção da doença”, completa.
Crédito foto: Marina Kremer.
