O setor náutico abriu o ano de 2020 com perspectivas de crescimento, segundo a ACOBAR – Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos. Após a queda de vendas, especialmente no período de crise econômica, as empresas do setor também visualizam um melhor momento da economia e acreditam que conseguirão apresentar resultados melhores e, alguns fabricantes, já comemoram o sucesso das linhas de produção.
Para o presidente da ACOBAR Eduardo Colunna a “economia brasileira está dando sinais mais consistentes nos índices em geral, ainda que modestos, que nos incitam a esperança na melhora do ambiente de negócios no nosso setor”.
Segundo última pesquisa da entidade, cerca de 84% das mais de 70.000 embarcações que navegam no país são de propulsão e, atualmente, o Brasil possui cerca de 80 fabricantes de barcos de lazer a motor. É caso do estaleiro brasileiro Triton Yachts, com mais de 20 anos de atuação no mercado náutico e referência pelas embarcações a motor de alta qualidade. Graças à expertise da marca e aos investimentos constantes em melhorias e novidades, o fabricante estima um aumento de cerca de 20% em vendas 2020.
“Já percebemos o maior estímulo de vendas. Desde outubro do ano passado o ritmo de produção se desenvolveu consideravelmente, inclusive, temos modelos em lista de espera. Por isso, acreditamos que este cenário deve permanecer em crescimento com a retomada da confiança dos consumidores, incluindo o público interessado em modelos de lanchas e iates de maior porte, de 46 a 52 pés. Isso impacta não apenas à nossa empresa e à geração de empregos mas também a diversos setores, como serviços técnicos, venda de peças e estruturas de apoio náutico, sem falar das atividades indiretamente relacionadas como turismo.”, analisa o diretor de marketing da Triton Yachts Allan Cechelero.
Potencial de desenvolvimento náutico
Nos últimos 10 anos, segundo Eduardo Colunna, o mercado náutico sofreu grandes mudanças no país, especialmente no que se refere ao aumento significativo do tamanho de barcos, a melhoria da qualidade e a redução no número de estaleiros.
“Em termos de mão de obra, as fábricas empregam aproximadamente 7.500 trabalhadores segundo nosso último levantamento (2012). Porém, temos potencial de expandir ainda mais. Por exemplo, se compararmos um dos mais importantes centros de produção e utilização de embarcações de esporte e recreio do mercado nacional com outros países temos uma ideia dessa proporção. No Estado de São Paulo, por exemplo, temos 1 barco para 248 pessoas, no Reino Unido 1 barco para 63 pessoas e nos Grandes Lagos dos Estados Unidos temos 1 barco para 19 pessoas”, explica o presidente da ACOBAR.
O presidente da ACOBAR acredita ainda que o mercado náutico precisa de mais estímulos para crescer. “Vários esforços são desenvolvidos para remover barreiras ao desenvolvimento do mercado náutico no país, incluindo a reformulação dos critérios de aprovação das marinas que necessitam de um marco regulatório e a confecção de guia de boas práticas ambientais. Outra questão é a tributação excessiva sobre a importação de equipamentos para a operação de estruturas que possam garantir a mesma segurança, durabilidade e qualidade alcançada pelos fabricantes estrangeiros”.