Produtos em resina levam pelos, unhas e cinzas de PETs e servem de recordação para os tutores
É cada vez maior o número de pessoas que fazem questão de ter um bichinho de estimação em casa, mantendo uma relação amor e afeto que o torna membro da família. Por isso, resulta em muita dor na hora da perda e surge a necessidade de se ficar com uma lembrança do pet.
Após passar por uma experiência dessas, com a morte da sua gatinha vira-lata Mel, com quem conviveu por 16 anos, a artesã Gislaine Rodrigues, de Florianópolis, teve a ideia de eternizar a memória dela em uma joia afetiva, que leva uma lembrança do bichinho (cinzas, pelos, unhas, bigode, dentes, penas, fotos, tecido, etc.)
“Ela ficou doente e se foi em agosto do ano passado. Eu a amava muito e queria algo que pudesse eternizar a sua lembrança. Eu já trabalhava com resina e decidi fazer uma peça com os pelinhos dela. Vi então que era algo que quase não tinha no mercado e percebi uma oportunidade de negócio”, conta.
Gislaine passou então a pesquisar e fazer cursos pela internet para se aprimorar. Neste período, produziu algumas peças, que foram adquiridas principalmente por amigos e conhecidos. “Consegui unir a paixão pelos animais e o hobby de artesanato e transformar tudo isso em um negócio, que funciona na minha própria casa”, explica.
Com investimento em torno de R$ 10 mil e muita dedicação, surgiu então a marca “Joias do Axl”, que leva o nome de um dos seus gatos, o Axl Rose, que é um cat influencer com quase 300 mil seguidores e agora garoto propaganda do negócio. Já são mais de 50 modelos de joias, acessórios e itens decorativos que a própria Gislaine desenvolveu e que estão disponíveis para venda pelo e-commerce. São várias opções como: pingentes, chaveiros, marcador de página, porta recados, porta-retratos e letras/palavras decorativas.
Os clientes podem optar pelos modelos já existentes no mercado, os criados por ela ou então algo personalizado – tudo em nome da diversidade de escolha, um dos diferenciais da Joias do Axl. “Nosso diferencial está na variedade de opções, tanto de formatos para as peças como também de acessórios para a pessoa escolher”, afirma Gislaine. Além de cães e gatos, podem ser produzidos objetos para lembrar outros animais como pássaros e até cavalos.
Gislaine faz questão ainda de entregar ao tutor uma experiência única e não apenas o “feijão com arroz”, como ela faz questão de frisar: “Amo o que faço e sei da importância desse momento para a pessoa. Não é só fazer e entregar uma peça. Tem todo um cuidado e muito amor envolvido. O objeto vai numa caixinha, com cheirinho, com uma cartinha de pêsames escrita à mão e alguns brindes, como bandanas e imãs. E há ainda o cuidado com as sobras da lembrança do bichinho, que são devolvidas com todo o respeito que merecem”, explica.
História da Gislaine – Natural de São José do Rio Preto (SP), Gislaine mora há 15 anos em Florianópolis, com nada menos que 15 gatos. A paixão pelos felinos começou por acaso, há 20 anos. “Em 2002 ganhei um gatinho de um namorado. Na época eu não ligava muito para pets, por isso fiquei olhando e pensando: o que vou fazer com esse bichinho. Eu tinha até alergia! Precisei tomar antialérgico por 30 dias. E quando vi, já estava apaixonada, e queria outros mais”, lembra.
Tutores contam suas experiências com as Joias Afetivas
Flávia Torres Souza, Analista de Sistemas (Itu, SP) – “Em 2020 perdi a minha gatinha Berta, de quatro anos, devido a uma doença renal. Fiquei com muita vontade de eternizá-la de alguma forma, mas na época não se ouvia falar de Joias Afetivas. Poucos meses depois fiquei sabendo do trabalho da Gislaine, que já era minha colega. Como eu não havia guardado nenhuma parte do corpinho da Berta, como pelos e unhas, resolvi usar então foto e um pedaço da caminha dela. A Gislaine fez então um porta-recados, que ficou lindo. Foi algo que significou muito para mim, é bastante emocionante. Na mesma época, uma outra gata minha, a Gamora, ficou bem doente. Desta vez, fui precavida, e fiz uma joia e um chaveiro com pelinhos dela. Ela se recuperou, mas já tenho as lembranças dela garantidas. Gostei tanto da experiência que fiz um outro pingente para o meu gato Beron, com seus pelos e dentinho; e também para os meus quatro cães. No caso deles, reuni os pelos de todos numa peça só. Para mim, as joias afetivas têm a capacidade de passar toda essa emoção, que vem do amor que sentimos pelos nossos pets. São itens que realizam o sonho de todo tutor: levar o nosso bichinho juntinho de nós onde quer que a gente vá e para sempre”.
Sheila Candeia de Carvalho, dona-de-casa (Santos, SP) – Tenho quatro gatos que amo muito, todos adotados. Eu não conhecia antes este trabalho de Joias Afetivas, até que vi no Instagram da Gislaine e achei muito legal. Me interessei na hora em fazer um pingente que levasse uma lembrancinha de cada um dos meus gatinhos. Nele estão: dentinho e pelinhos do Freddie Mercury (virou uma flor), pelinhos do Paul Stanley (outra flor), pelinhos do Axl Rose (borboletinha) e o pelinhos da Britney Spears (borboleta). Ficou lindo demais, fiquei muito encantada com o trabalho da Gislaine, ela põe amor em tudo. Indiquei para várias pessoas da minha família e muitos fizeram também. Se eu tivesse conhecido há mais tempo as Joias Afetivas, teria feito também para os meus cães que já faleceram. É muito triste eles partirem e não termos nada para ficar de lembrança.
Crédito: Daniel Babinski.