Com projetos em diferentes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, edição deste mês apresenta projetos conectados à paisagem, cada qual propondo um encontro genuíno com a cidade ao redor
O retrato de uma cidade vai muito além da discussão sobre projetos de edifícios, ruas e avenidas, abrangendo sua vocação natural para os encontros. Da reunião entre pessoas que optam por estar no mesmo lugar por afinidades práticas ou emocionais. Da soma de grupos de origens e culturas distintas, que veem na urbe uma arena onde podem reconhecer semelhanças e diferenças, e influenciar-se mutuamente. Esta é a reflexão proposta pela Casa Vogue no mês de maio ao mostrar as diferentes formas de se viver as cidades.
Logo nas primeiras páginas, em Casa Vogue Ama, uma seleção de peças da maior feira de arte da América Latina, a SP-Arte 2023. Com muito apuro estético, os lançamentos atualizam o décor da casa sem perder de vista a harmonia dos espaços.
Na sequência, no Decor Stories, um registro das aptidões criativas dos alunos da primeira turma do curso de Produção de Interiores e Fotografia da Casa Vogue em parceria com o Istituto Europeo di Design de São Paulo. Na sede da Herança Cultural, os participantes conceberam ambientes a partir do rico acervo de móveis e objetos de design brasileiro da galeria.
E por falar em fotografia, os fotógrafos Lufe Gomes e Alexandre Disaro são os personagens do Em casa com. Ao terem seus destinos cruzados, eles reinventaram a maneira de um casal estar junto (e separado) no mesmo endereço, na região central de São Paulo. Eles habitam, cada um, um apartamento distinto, vizinhos de parede um do outro e conectados por uma varanda em comum.
É também na região central paulistana (e em outras grandes cidades) que cresce a onda do retrofit, tema da reportagem do mês. A requalificação de prédios antigos degradados tem impulsionado a regeneração de importantes áreas das capitais brasileiras. A intervenção, muitas vezes acompanhada de alteração no tipo de uso do imóvel, renova não só a construção como também a paisagem local.
Já na seção Universo, os apartamentos selecionados para a edição revelam a verdadeira vocação para encontros nestes espaços. O primeiro fica no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo, e marca a volta de Patricia Anastassiadis aos projetos residenciais. A sintonia entre o design, a arte e os acabamentos definem o duplex, cujos interiores levam a assinatura da arquiteta e do filho, Felipe Anastassiadis.
Em outra capital, o Rio de Janeiro, a cenógrafa Gigi Barreto encontrou em seu novo lar um divisor de águas. Por 22 anos atuou nos bastidores das artes cênicas, desenvolvendo cenários para artistas da música brasileira e marcas. Mas foi durante o isolamento social, em 2020, que a profissional descobriu que poderia ir além, ao ambientar sua própria residência. À época, sem previsão de volta aos eventos, fundou a Casa Vida Cenário – sua nova empresa. Desde então já repaginou 50 moradas.
Outro jeito de viver o melhor da metrópole retratado nesta edição é o apartamento da jornalista e empresária baiana Ticiana Villas Boas, sócia de Tatiana Amorim na marca de mobiliário +55 Design. Apesar de morar em São Paulo, ela decidiu reformular seu apartamento em Salvador a fim de acomodar a família durante as visitas recorrentes à cidade. Na decoração, muitos quadros, fotografias e esculturas de artistas regionais – uma forma de reverenciar suas raízes e afetos.
A capital paulista é também o endereço da morada de um casal com duas filhas pequenas. Após 16 anos vivendo no exterior, Renato e Emily decidiram se estabelecer no Brasil. A escolha foi um apartamento na Vila Nova Conceição, reformado pelos arquitetos Domingos Pascali e Sarkis Semerdjian. A planta do imóvel de 376 m² foi completamente reorganizada para acolher o estilo de vida dos moradores. Na composição, concreto aparente, obras de arte e móveis de design autoral.
Encerrando a edição, o Last Look passa agora a ter foto e texto assinado por Ruy Teixeira, parceiro de longa data da Casa Vogue. Em sua estreia, ele traz a casa projetada por Flávio de Carvalho (1899-1973), nos Jardins, em São Paulo. Construído em 1938, o imóvel é um dos poucos remanescentes de autoria do arquiteto fluminense. O endereço transformou-se em espaço de exposição em virtude do projeto da galeria Gomide&Co, juntamente com a SP-Arte. Em seu interior, existe uma pequena sala em semicírculo com uma coluna central. Ornamentando a área, o quadro a óleo expressionista sustentado por cavalete desenhado por Claudia Moreira Salles levita a criação ao plano de visão.
Casa Vogue de maio chega às bancas no próximo dia 09 e estará disponível também em versão digital.
Crédito foto capa: Fran Parente.