Publicado por 7:27 pm LifeStyle, Negócios

Muito além dos arranha-céus: litoral norte de SC vira ‘laboratório’ de conforto, eficiência e sustentabilidade no mercado residencial de alto padrão

A transformação do mercado residencial de alto padrão é uma realidade cada vez mais visível — e irreversível. Projetos que antes se apoiavam apenas em atributos como localização, metragem e estética agora precisam incorporar conceitos como conforto, desempenho, sustentabilidade e bem-estar. E poucos lugares refletem tão claramente essa mudança quanto Balneário Camboriú e sua região, onde um novo ciclo de desenvolvimento urbano está elevando o padrão técnico e conceitual da construção civil. 

Na visão de Guido Petinelli, CEO da Petinelli — consultoria de engenharia especializada em prédios verdes e responsável por mais da metade dos projetos LEED Platinum no país — o litoral catarinense se tornou hoje o ambiente mais fértil do Brasil para testar e consolidar esse novo modelo de desenvolvimento imobiliário. Enquanto setores como indústria, hospitais e data centers adotaram padrões rigorosos de eficiência por necessidade operacional, o mercado residencial de alto padrão começa a trilhar esse mesmo caminho, agora impulsionado pela demanda por bem-estar, conforto e responsabilidade ambiental.

“É difícil vender eficiência quando o cliente compra planta, fachada e localização. Quantos fazem test-drive de apartamento? Quantos moram hoje em prédios com renovação de ar, conforto acústico, térmico e geração própria de energia? E quanto vale isso?”. Essa transformação, segundo ele, não tem nada de marketing — é uma mudança estrutural, baseada em engenharia, dados e desempenho real. “O que une esses projetos não é discurso, é a decisão de fazer algo melhor, mais bem pensado, mais bem executado.” 

O portfólio residencial da Petinelli no país reflete esse movimento: ao todo, a empresa atuou na consultoria de projetos de engenharia que englobam eficiência, conforto e sustentabilidade em uma área total de 1,1 milhão de metros quadrados, com 26 certificações LEED, 24 WELL e 19 GBC Condomínio, somando um VGV de R$ 17 bilhões. Boa parte desse volume está associada a projetos no litoral e a parcerias com diversas empresas que também fazem parte dessa nova visão. “Quando o conforto sobe, a gente se acostuma. Estamos alinhando qualidade com entrega de valor. E isso muda o mercado”, opina Guido Petinelli.  

Essa mudança não está no discurso, mas nas decisões de projeto. O Auris, do Fischer Group, é um exemplo desse novo olhar. Com assinatura do arquiteto italiano Marco Cassamonti (Archia Associati), o empreendimento ficou conhecido como o “edifício-árvore”, tanto pela sua estética quanto pela sua lógica estrutural. Desde o início, foi concebido para atender aos mais altos padrões de sustentabilidade e bem-estar, incorporando certificações como LEED e WELL. A decisão de eliminar a cobertura duplex tradicional e substituir por áreas comuns abertas nos dois últimos pavimentos reflete essa lógica: democratização das vistas, mais luz natural, mais conforto térmico, menos consumo de energia e mais qualidade de vida. “O mercado já não comporta mais do mesmo. E nós entendemos que certificação não é objetivo,  é consequência das escolhas certas no projeto”, ressalta Thomas Fischer, diretor do Fisher Group.

Na mesma direção, o Tenet, da ZAH Empreendimentos, também rompe com a lógica tradicional do mercado. Localizado em Itapema (SC), o projeto abriu mão de uma densidade que poderia ultrapassar duas mil unidades para entregar apenas 850, priorizando áreas verdes, qualidade urbana e bem-estar.

O empreendimento inclui um parque linear aberto ao público, instalações artísticas e um boulevard gastronômico, além de mais de 12 mil metros quadrados de áreas verdes. Outro exemplo é o Residencial Amazônia, em Perequê (Porto Belo), que nasce com a ambição de se tornar o primeiro residencial no mundo certificado simultaneamente com os selos LEED, WELL e LEED Zero — uma convergência inédita de desempenho ambiental, qualidade de vida e neutralidade de carbono. 

“Nosso propósito é gerar impacto. Não só para quem mora, mas para quem vive na cidade. Para criar diferente, é preciso viver diferente”, conclui Fernando Corrêa, diretor da ZAH Empreendimentos.

Crédito fotos: Divulgação.

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