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Tantos Tempos recebe Erika Palomino e Pedro de Santi em episódio que discute juventude, envelhecimento e a construção de uma vida bem vivida

O programa vai ao ar dia 10 de dezembro 

O próximo episódio de Tantos Tempos, idealizado por Carolina Soutello e Aaron Sutton e apresentado por Candice Pomi, recebe dois convidados que transitam com profundidade pelos temas da cultura contemporânea e da subjetividade: a jornalista, escritora e curadora Erika Palomino, referência na cobertura de moda e comportamento há mais de três décadas, e o psicanalista e professor Pedro de Santi, conhecido por suas análises sobre identidade e os impactos das transformações culturais nas relações humanas.

No encontro, os três conversam sobre o que significa envelhecer hoje — um processo que, segundo eles, vai muito além de marcadores biológicos. A discussão passa pela transformação das ideias de juventude ao longo das décadas, pela perda do “mito do velho sábio” na cultura ocidental, pelas dinâmicas familiares do cuidado e pelo modo como a sociedade organiza (ou desorganiza) a passagem do tempo.

Jovens, tédio e a era da dopamina

O episódio também mergulha na juventude atual.

Erika observa que as novas gerações são, ao mesmo tempo, mais conscientes e menos transgressoras. Pedro acrescenta que a falta de figuras contra as quais se rebelar alimenta um tédio estrutural e dificulta a formulação de desejos de longo prazo.

Cultura, juventude e a obsessão pelo novo

Erika revisita movimentos como o Youthquake, que nos anos 50 e 60 transformaram a juventude em força estética e política, e comenta a transição da moda — antes eixo central da inovação — para um cenário em que a tecnologia dita ritmo e desejo.

“Seguir a moda, estar na moda foram conceitos implodidos” segundo Erika

Pedro reflete sobre o esvaziamento da autoridade do mais velho em uma sociedade que valoriza o “estar em beta”, sempre em mudança, desautoriza identidades consolidadas e pondera  que o “O adulto é uma espécie em extinção”.

Identidade, solidão e autonomia no envelhecimento

Para o psicanalista, envelhecer sem perder autonomia exige pertencimento, trabalho e engajamento social. “A infantilização do idoso é um dos grandes males da nossa cultura”, afirma.

Erika compartilha experiências pessoais no cuidado com seu pai e fala sobre a importância de não retirar do idoso sua capacidade de decisão — gesto que preserva dignidade e identidade.

Crédito foto: Divulgação.

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